quinta-feira, 2 de abril de 2009

Redação, como fazer?

Os alunos dos terceirões já estão preocupados, quais temas serão objetos dos vestibulares e ENEM 2009-2010. Mas, na verdade essa preocupação deve ser constante, não apenas no terceiro ano do Ensino Médio.
Em nossas salas de aula discute-se muito a questão propondo algumas ações e orientações aos alunos desde o Ensino Fundamental. Nosso objetivo não é "engessar" as ideias dos alunos com modelos, mas levá-los a escrever, analisar e discutir o próprio texto. Trocar experiências com colegas e compartilhar o que escrevem.
Trabalha-se na escrita diversas modalidades textuais, entretanto, a dificuldade se acentua quando o aluno não demonstra interesse pela leitura e a escrita, e mesmo assim, exige que o professor ensine "fazer redação".
Os livros e vários sites estão repletos de técnicas. Porém,isso de nada(ou pouco) adianta se o aluno não possui o hábito de leitura e escrita.
Achei pertinente copiar e colar parte das orientações da Coordenadora de redação Maria Thereza Fraga Rocco que "tem uma tarefa de peso: preparar a prova de redação do vestibular mais concorrido e temido do Brasil - a Fuvest - ..." constante do informativo O poder do verbo.
O texto na íntegra poderá ser lido no endereço http://guiadoestudante.abril.com.br/redacao/materias_280334.shtml

Profª Marina

Existe alguma forma de se preparar para a redação?

Existe: fazendo textos. Podem-se, por exemplo, produzir redações na escola ou em casa e discutir sobre elas com um professor ou um colega. As versões - que são os rascunhos - não podem ter aquele sentido antigo, de algo que se descarta no lixo. Aquela primeira versão é um anteprojeto do texto. E, à medida que ele for refeito, revisto e criticado, vai crescendo. Quem sabe escrever sabe escrever com a prática de desenvolver a escrita. A leitura é muito importante, mas a relação entre ler um texto e produzir outro não é automática.

O que o vestibulando deve ter em mente para escrever um bom texto?

A coerência, a coesão, o uso adequado de conectivos. Mas há um ponto muito importante: o conceito de autoria - quando se pode perceber que determinado texto foi de fato escrito por aquele candidato. Não nos interessa se a opinião é politicamente correta. As boas redações são aquelas que obedecem ao discurso dissertativo - que têm começo, meio e fim - e são fruto da independência do pensamento de cada um. Ficamos exaustos de ver a "camisa-de-força" enfiada nos jovens pela escola ou pelos cursos preparatórios.
Muitos alunos escrevem numa estrutura engessada de cinco ou seis parágrafos: começam com um "desde a Antiguidade"; no segundo parágrafo usam "por um lado"; no terceiro, "no entanto"; no quarto, "por outro lado"; no quinto, "é preciso, porém, considerar"; e, no sexto, "em resumo". Formalmente, a estrutura é corretinha. Mas o que se vê? Que os conectivos nada têm a ver com o restante do parágrafo.
Outra coisa que não se deve fazer: tentar mostrar erudição a qualquer custo. É comum vermos coisas do tipo: "como diz o grande poeta latino" ou "como escreveu Sócrates...” são chiques! Mas, ora, Sócrates não escreveu nada! O pior é que todo ano encontramos as mesmas citações. Sinal de que os alunos foram treinados para citar. O candidato deve citar, sim, mas com competência, sabendo o que está fazendo.


"A redação só é um terror para quem não investe tempo em desenvolvê-la". Tomou nota?

Maria Thereza Fraga Rocco (FUVEST).
http://guiadoestudante.abril.com.br/redacao/materias_280334.shtml-acessado em 02/04/09.

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