Professora: Marina
Niceia Cunha
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Pedagoga
Análise Sintática dos Sujeitos na Escola
Análise Sintática dos Sujeitos na Escola
“Então, escrever é o modo de quem tem a
palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa
não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu.” Clarice
Lispector
O
Sujeito na escola pode ser SIMPLES
na sua forma de ser, agir, pensar, aprender ou ensinar. Introspectivo. Às
vezes, sente-se, sozinho, deixado de lado, incompreendido e incompleto, em
relação a outros sujeitos. Sua forma de agir termina por isolá-lo em suas
ações. Mas, agregando-o ao coletivo, talvez, seja capaz de envolver-se e
relacionar-se com os demais.
“Eu quero desaprender para aprender de
novo.
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos”. Rubem Alves
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos”. Rubem Alves
Já
o Sujeito COMPOSTO
está sempre se dividindo em vários núcleos. Quanto mais, melhor. Quer desatar
os “nós”. Estabelecer relações entre os demais componentes presentes na
situação. Liga sua ação à busca de resultados coletivos. Socializa. Instiga.
Envolve-se. Apropria-se. Articula. Busca resultados. Mas traz complicações.
Quer respostas. “Ninguém caminha sem
aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e
retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.” Paulo Freire
E o Sujeito
OCULTO aparentemente sem ação?
Causador de acirradas discussões. No meio de
outros sujeitos está ali esperando ser descoberto e tornar-se mais presente,
embora se embaralhe, complique. Apesar de tudo, podemos percebê-lo em sua
dimensão: “Quando nada acontece, há um
milagre que não estamos vendo.” João Guimarães Rosa
E o tal de Sujeito INDETERMINADO, então?
Mais
uma vez estamos diante de um sujeito que também não aparece de forma
clara. Comenta-se que ele somente se
relaciona em momentos específicos com os outros sujeitos. Disseram-me que é o
tipo de sujeito que se compromete com esta ou aquela ação de acordo com sua
própria forma de pensar.
“Aqueles
que sonham acordados têm consciência de mil coisas que escapam aos que apenas
sonham adormecidos. ” Edgar Allan Poe
E há o considerado Sujeito INEXISTENTE.
É
aquele sujeito que não faz referência e não se relaciona com nenhum outro
sujeito. A nenhuma ação. Está alheio. Porém, ele se acerca de várias
alternativas para acabar com sua inexistência. Troveja e relampeja a toda hora.
Nem sempre entende a ideia de mudanças e a noção de um tempo que já se passou.
Fica preso entre as ideias do passado e a luta persistente das vozes do
lamento.
“Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor, me poupem”. Clarice Lispector.
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor, me poupem”. Clarice Lispector.
Aprender e ensinar na escola é mudar constantemente a forma de ver os diferentes sujeitos que estão presentes todos os dias. São desafios que temos de vencer como professores e alunos.
Texto produzido de forma metafórica a
partir dos estudos Como reconhecer e
considerar os sujeitos da escola? Semana Pedagógica 2014. SEED.
Texto publicado no Jornal de Beltrão. 16/03/2014, domingo, página de Literatura.
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