terça-feira, 18 de março de 2014

QUEM SÃO OS SUJEITOS QUE APRENDEM E ENSINAM NA ESCOLA?


Professora: Marina Niceia Cunha
Língua Portuguesa
Pedagoga

Análise Sintática dos Sujeitos na Escola
 “Então, escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu.” Clarice Lispector

O Sujeito na escola pode ser SIMPLES na sua forma de ser, agir, pensar, aprender ou ensinar. Introspectivo. Às vezes, sente-se, sozinho, deixado de lado, incompreendido e incompleto, em relação a outros sujeitos. Sua forma de agir termina por isolá-lo em suas ações. Mas, agregando-o ao coletivo, talvez, seja capaz de envolver-se e relacionar-se com os demais.
“Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos”. Rubem Alves

Já o Sujeito COMPOSTO está sempre se dividindo em vários núcleos. Quanto mais, melhor. Quer desatar os “nós”. Estabelecer relações entre os demais componentes presentes na situação. Liga sua ação à busca de resultados coletivos. Socializa. Instiga. Envolve-se. Apropria-se. Articula. Busca resultados. Mas traz complicações. Quer respostas. “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.” Paulo Freire

E o Sujeito OCULTO aparentemente sem ação?
 Causador de acirradas discussões. No meio de outros sujeitos está ali esperando ser descoberto e tornar-se mais presente, embora se embaralhe, complique. Apesar de tudo, podemos percebê-lo em sua dimensão: “Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.” João Guimarães Rosa

 E o tal de Sujeito INDETERMINADO, então?
 Mais uma vez estamos diante de um sujeito que também não aparece de forma clara.  Comenta-se que ele somente se relaciona em momentos específicos com os outros sujeitos. Disseram-me que é o tipo de sujeito que se compromete com esta ou aquela ação de acordo com sua própria forma de pensar.
E há o considerado Sujeito INEXISTENTE.
  É aquele sujeito que não faz referência e não se relaciona com nenhum outro sujeito. A nenhuma ação. Está alheio. Porém, ele se acerca de várias alternativas para acabar com sua inexistência. Troveja e relampeja a toda hora. Nem sempre entende a ideia de mudanças e a noção de um tempo que já se passou. Fica preso entre as ideias do passado e a luta persistente das vozes do lamento.
 “Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.

Por favor, me poupem”. Clarice Lispector.

Aprender e ensinar na escola é mudar constantemente a forma de ver os diferentes sujeitos que estão presentes todos os dias. São desafios que temos de vencer como professores e alunos.

Texto produzido de forma metafórica a partir dos estudos  Como reconhecer e considerar os sujeitos da escola? Semana Pedagógica 2014. SEED.

Texto publicado no Jornal de Beltrão. 16/03/2014, domingo, página de Literatura.


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